HOMENS
As marcas de Geoffrey Mutai (2:03:02) e Moses Mosop (2:03:06) na Maratona de Boston 2011 não são consideradas pela IAAF. A marca de 2:00:25 de Eliud Kipchoge num evento teste da Nike em maio de 2017 no autódromo de Monza na Itália também não é reconhecida pela IAAF.
MULHERES
Recordes mundiais para a maratona não eram oficialmente reconhecidos pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) até 1 de janeiro de 2004. Anteriormente, eles eram oficialmente designados como "melhor marca mundial". Para as marcas serem reconhecidas, o percurso onde são conquistadas devem atender às exigências da Federação. Normalmente, esses percursos são planos e de ida-e-volta. Os tempos mais rápidos acontecem em provas ao nível do mar, sem grandes ondulações, com temperaturas baixas, grandes prêmios em dinheiro e a ajuda de "coelhos", corredores contratados para dar um ritmo forte à prova até determinada distância previamente estipulada, levando os principais competidores a marcas intermediárias rápidas, e depois abandonarem a corrida.
As principais regras da IAAF para reconhecer um recorde mundial são:
- O percurso precisa ter exatos 42,195 km medidos com o aparelho de calibragem da quilometragem usado em bibicletas, conhecido como Jonas Counter.
- A distância entre a largada e a chegada do percurso, medidas ao longo de uma linha reta teórica entre elas, não pode ser maior do que 50% da extensão da prova – no caso, 21.097,5 m, a distância exata de uma meia-maratona.
- O desnível topográfico entre a largada e a chegada não pode exceder a média de 1/1000, um metro por quilômetro (um máximo de 42 m).
Estas regras criadas em 2004, inclusas numa série de determinações da IAAF sobre recordes de modalidades variadas, acabaram atingindo em cheio a mais popular e antiga maratona anual do mundo, a Maratona de Boston, existente desde 1897, muito antes da criação da IAAF. Por ser disputada ponto-a-ponto, entre duas cidades do estado de Massachusetts, Hopkinton e Boston (mais de 21 km entre a largada e a chegada) e ter um desnível em descida de cerca de 150 m ao final de toda sua extensão (mais de 42 m), a prova ficou de fora de qualquer reconhecimento oficial do órgão máximo do atletismo para recordes em seu percurso. Por causa disso, o queniano Geoffrey Mutai, que em abril de 2011 correu ali a maratona mais rápida até então conhecida - 2:03:02 - não foi oficialmente reconhecido como recordista mundial da maratona.
Este título pertence atualmente ao também queniano Eliud Kipchoge, com o tempo de 2:01:39 conquistado na Maratona de Berlim de 2018. Em maio de 2017, a Nike criou um evento chamado Breaking2 Race, na distância de uma maratona, no autódromo de Monza na Itália, para testar as possibilidades de seu novo sapato de corridas Nike Zoom Vaporfly Elite em busca de correr a maratona em menos de duas horas. Kipchoge, já então campeão olímpico na Rio 2016, que recebeu 1 milhão de dólares para participar e receberia mais outro se conseguisse o feito, correu a distância em 2:00:25, seguido pelo recordista mundial da meia-maratona Zersenay Tadese, da Eritreia, em 2:06:52. A marca, entretanto, produzida no que é chamada uma "corrida de laboratório" e com vários "coelhos" que se revezavam durante a prova puxando o ritmo alternadamente e não numa verdadeira maratona, não é reconhecida como recorde mundial pela IAAF.
Entre as mulheres, a recordista é a britânica Paula Radcliffe, com o tempo de 2:15:25 na Maratona de Londres de 2003. A marca de Paula esteve em perigo de reconhecimento por ser conseguida numa maratona mista, disputada por homens e mulheres, até o reconhecimento oficial da IAAF, que isentou as corridas de rua de cumprirem sua determinação nº 260, que impede o registro de recordes em provas mistas. Este recorde é tão extraordinário, que desde que foi estabelecido em 2003, apenas uma mulher, a queniana Mary Keitany, que fez a marca de 2:17:01 na mesma Maratona de Londres em 2017, uma marca que é considerada a melhor do mundo numa maratona só feminina, conseguiu aproximar-se dele quatorze anos depois e mesmo assim mais de um minuto e meio atrás da marca de Radcliffe.
A Maratona de Berlim, na Alemanha, é a maratona com maior número de recordes mundiais obtidos em seu percurso, onze, entre masculino e feminino. Na história da evolução dos recordes ou melhores marcas mundiais da maratona, dois lusófonos já escreveram seus nomes: o português Carlos Lopes – 2:07:12 – na Maratona de Rotterdam de 1985, também campeão olímpico da prova em Los Angeles 1984 e o brasileiro Ronaldo da Costa – 2:06:05 – na Maratona de Berlim de 1998.
Fotos: Google
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